Sempre fui adepto ao exercício físico como um moderador da minha saúde física.
Aprendi, com o passar do tempo, que treinar algum tipo de atividade física era importante para controle do estresse, controle da frequencia cardíaca, controle do açúcar do sangue, e como sou fisioterapeuta aprendi também que o exercício físico pode ser usado como modulador da dor.
Comecei treinando em academia. Achava a musculação um grande aliado da saúde. E ainda acho isso! Mas, para mim, começou a ficar algo que já não trazia paz. Ia para a academia já não com o mesmo empenho e determinação que gostaria de ir, e não encontrava a saúde que tanto procurava.
Conheci o Cross Training (temos o costume de chamar CrossFit). Confesso, que no começo pensei que iria me arrebentar todo. Mas, logo nas primeiras aulas, entendi a atividade e já comecei a colher os bons frutos dela.
No Cross, consigo quase tudo o que procuro:
1) Prazer de realizar algum tipo de força: tem atividades com carga, tem exercícios isolados (mesmo que muito pouco), e que me dá o prazer de levantar um peso e poder dizer “consegui”;
2) Tem atividades funcionais: abaixar, subir, “pendurar”, empurrar, puxar, correr, saltar. São atividades que posso usar no dia à dia, e se não usar, posso precisar em algum momento. Por exemplo: e se precisar pular algum buraco, ou empurrar algum obstáculo?;
3) Tem variação de estímulos: é sabido que estimulo repetidos por muito tempo tem acabam por “acostumar” o corpo. Então, a diversidade de estímulos é tão importante quanto o exercício em si;
4) Tem progressão: o desenvolvimento de habilidades físicas são perceptíveis na realização do cross, e você perceber isso é importante para o estímulo mental e vontade de manter a atividade.
Como profissional que atua na dor crônica, “roubo” alguns desses conceitos para utilizar no meu dia à dia de trabalho:
1) Progressão de habilidades: pacientes com dores crônicas tem, por conceito, que estar com dor é ficar sem fazer nada até a dor ir embora. Isso, enfraquece o corpo e tira habilidades natas;
2) Exposições variadas: tirando a atenção do foco da dor, sem focar em um grupo muscular isolado, mas sim no movimento, expondo o local dolorido ao movimento, em muitos casos sem perceber.
3) Socializar: sim, o cross é quase uma seita. Você passa à fazer parte de um grupo. E não ser isolado, como paciente com dor crônica tem a tendência de ser.