
É sabido que a dor é uma experiência subjetiva e individual (você pode ler esse texto aqui); dificilmente conseguimos sentir exatamente o que o outro sente. Embora conceituar a dor seja importante, durante uma avaliação clínica é fundamental identificar o tipo predominante de dor no paciente.
Uma maneira eficaz de classificar a dor é com base em seus mecanismos, que podem ser divididos em:
- Nociceptiva
- Neuropática
- Nociplástica
Compreender esses diferentes mecanismos é o ponto de partida para uma classificação mais detalhada da dor.
- Dor Nociceptiva
Esse tipo de dor decorre de um dano real ou potencial em tecidos não neurais, como uma lesão muscular ou um corte. Esse dano nos tecidos estimula a liberação de substâncias químicas que sinalizam a lesão e geram a percepção de dor. - Dor Neuropática
Aqui, a dor é resultado de uma lesão ou doença que afeta diretamente o sistema nervoso somatossensorial. Em outras palavras, é uma dor que envolve danos nos próprios nervos. - Dor Nociplástica
Esse tipo de dor ocorre quando há uma nocicepção alterada, mesmo na ausência de um dano tecidual real ou de uma ameaça de lesão que ative os nociceptores periféricos. Também não há evidências claras de doenças ou lesões no sistema somatossensorial que justifiquem a dor.
Esses mecanismos de dor podem ocorrer de forma isolada ou simultânea. Por exemplo, um paciente pode apresentar dor nociceptiva (devido a uma lesão muscular) ao mesmo tempo que experimenta dor neuropática (associada a danos nos nervos). Isso significa que a presença de um tipo de dor não exclui a coexistência de outros tipos.
Esse entendimento é básico e é importantes deixarmos um questionamento: se há vários tipos de dor, será que há um único tratamento para elas?